Viagem...

Num êxtase voo até longe
Sem perdoar ninguém,
tenho meus ódios nocturnos...
sei que posso voar mais alto...
mas limito-me a viajar serenamente,
aqui baixinho...
Se um dia tu me vires,
vais dizer que é mentira
que não havera mudado tanto...
pois é...
mas o tempo da-nos o calo da vida
e quanto tempo o tempo tem para me aceitar agora...
eu preciso de ti, sim de toda a gente...
a minha vida está nas tuas mãos...
nesta viagem da vida feita de tantas curvas,
altos e baixos...
de chuva e de calor...
com ventos e tempestades...
voo baixinho, para não cair mais uma vez.

Doce tarde de calor...

Como é bom saber que voltei das cinzas nesta doce tarde de calor...
Como sabe bem a paz do Alentejo, aqui esquecida por todos...
Já não me dou ao sabor das emoções, contive meu coração...
agora sou mulher de prosas de amizade e o amor a mim não me chegará tão cedo ao coração...
não esse amor desprendido de sentido, com tolas emoções, se saber de quem somos afinal...
apenas fico aqui a ouvi doces melodias, no quentinho desta Primavera silenciosa...