quarta-feira, maio 09, 2007


E o que é isto da felicidade? Algo que nos parece ser sempre tão distante, parece estar tão longe mas mesmo ali ao lado ela pode estar lá e nem percebemos. É tão fácil e bom ser feliz, difícil é fazer permanecer esses momentos. É verdade que a felicidade nos contempla com a sua presença, mas, depois, vem a solidão, a mágoa no coração que torna tudo tão difícil, o sonho transforma-se e a vida parece querer desmoronar. E sofrer não basta. Do sofrimento é preciso emergir a coragem. E se, por vezes, não temos onde procurá-la, se quando olhamos a nosso redor e não há ninguém que nos ajude a sair do escuro. E se há, a luz pode não ser suficiente. Ela pode vir de quem nós não queríamos: Pode ser uma luz falsa. E a solidão ainda se torna mais dura. É a procura de algo que até pode já nem existir, isso se algum dia existiu e, na ilusão, nem percebemos que nunca lá esteve. Lágrimas, palavras magoadas, noites pensativas… tudo em vão se o motivo de tanta revolta nem sabe, ou não se lembra que existimos.
E assim se vive, por vezes, na esperança do amanhecer ser melhor do que o pôr-do-sol, com saudades do ontem que parece não querer voltar. Canções, lugares que só dois corações reconhecem no fundo das suas almas. Situações que levam ao desejo de fazer o tempo voltar atrás e dizer o que nunca foi dito ou ter calado quando foram ditas palavras a mais. É o querer ser mágico para ter o condão de mudar o destino e fazer tudo outra vez. O desejar ter sabido mais ontem para não ter errado hoje.
Quantos os olhares desesperados, os beijos insaciáveis e enlouquecidos em busca do infinito, em busca do que mais enobrece o Homem: o amor. O verdadeiro e sincero que não se esquece até à morte. Nobreza de carácter, nobreza de espírito, nobre para a vida é assim quem ama. Porque os deuses assim destinaram e o Homem assim comandou o seu coração: amar e agir. Só que os nossos actos nem sempre são tomados como certos. Há alguém que nos interprete de forma errada. Quem se fere somos nós. A injustiça da vida peca vezes sem conta. Tudo porque fizemos promessas.A felicidade é como o homem...vulnerável, inconstante, sem tino...

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
continuo a achar que escreves muito bem sobre assuntos delicados e que tocam a sensibilidade dos mais cépticos em relação aos seus sentimentos!!
Consegues mostrar que a maneira como vivemos, e as decisões que tomamos se traduz em vivências que vamos extraindo dos nossos confrontos com a vida!!!
Não entendo no entanto como um ser humano tão sensível como tu e que apela sempre ao sentimento, é capaz de se tornar indiferente, e não ter a humildade suficiente ou talvez a coragem para apenas dizer adeus!
Todos nós temos o lado cinzento que apenas demonstramos em certas ocasiões.....

N.M disse...

Este texto descreve a beleza da tua escrita e das tuas palavras!!

Anónimo disse...

Há um ditado tibetano que diz o seguinte: "Não há caminho para a felicidade,a felicidade é o caminho". Com tanto jeito para encontrar palavras para descrever o que sentes, para quando um livrinho publicado, Débora?
Beijinhos***