segunda-feira, setembro 04, 2006

Três letras apenas

Já discutimos muito, já chorámos juntas, já lhe disse coisas muito más. Já a humilhei, já lhe disse que não gostava dela, já quis nunca mais a ver.
E a minha mãe sempre me perdoou. Ela é má(severa) quando quer, mas é um coração de manteiga. Só queriam que vissem chora-me por tudo e por nada diz ela: "quando te tive a ti fiquei assim, uma "manteiga derretida". É é verdade. Ser mãe é o gesto mais bonito que se pode ter no mundo. Mas mais ainda é mesmo com fome, com frio, sem um lugar certo para dormir, com um pai inconsequente ela nunca te abandonar.
"Roubar"o que é seu e fazê-lo crescer condignamente e torná-lo um homem ou uma mulher com bons príncipios.
A minha mãe não é doutora, nem engenheira, mas nunca me deixou faltar nada (e eu nem sempre soube reconhecer isso) até hoje nunca tinha pensado muito nisto porque sempre achei que era sua "obrigação". Mas não é. Tenho-a em boa consideração.
Pode não ser uma dona de casa perfeita, uma excelente cozinheira, mas nunca me faltou roupa lavada e comida na mesa. Pode até não falar comigo sobre política nem sobre as coisas da universidade mas sempre me soube dar bons conselhos.
Agora chora pelo mal que me aconteceu porque foi ela que se punha bonita todos os dias para me alegrar quando nem sequer ria ou chorava.
Hoje digo um dia se for ela a partir primeiro eu não quero chorar. Porque ela não quer ver-me triste. Vou fazer-lhe a vontade. Já que sou uma rebelde que viveu tarde a adolescência e que por mais longe que o mundo me possa levar vou regressar a casa e ela lá estará: a MINHA mãe.
Obrigada por ter nascido. Nunca te arrependas. Tenho muito orgulho em ti.

4 comentários:

Anónimo disse...

Nem toda a gente tem a sorte de ter uma boa mãe ou bom pai ou restantes familiares, e quando os têm muitas vezes não conseguem reconhecer o seu valor.Pode-se ter todo o dinheiro do mundo, o melhor emprego, o melhor carro, mas o que é tudo isso comparado ao amor de uma mãe? Não é mada!.. Por isso há que satisfazer os nossos desejos,temos esse direito, mas sem nunca esquecer quem nos trouxe ao mundo.

Anónimo disse...

Admitir que erramos sobre determinados assuntos e com determinadas pessoas, é o principio para o arrependimento. O arrependimento é sabermos AMAR o próximo. UM ABRAÇO deste pessoal. Célia e Miguel de Leiria.

Sargento Pimenta disse...

Doi muito ler este testemunho. Eu, com muita mágoa minha, não consegui ser pai, e agora já é tarde para o conseguir. Mas um dia eu sonhei em ter uma menina. Nem sei bem porque uma menina e não um menino. Talvez por não ter tido nenhuma irmã, talvez por serem mais doces, sensíveis ou bonitas... sei lá.
Quando penso em ti, vejo-me. Também tive uma adolescência tardia e rebelde, também suspirei demais por um grande amor, também os meus pais sofreram muito comigo, também eu os odiei e humilhei.
Se pudesse ter uma filha e se a pudesse escolher... serias tu, só que irias chamar-te Marta ou Mónica.

Patricia disse...

Sabes, a minha mãe também é a minha heroína! E sei que é a melhor amiga que alguma vez terei na vida...

beijinhos*