sexta-feira, maio 19, 2006

Até morrer!

O meu mundo acordou. Percebi que não faço milagres, quando morrer não vou para o céu, nem se procura o que não se encontra por querer. Aceitei o facto de não poder dar o meu ser a mais ninguém se não os meus poucos amigos e à minha familia. Acordei um dia e percebi, finalmente, que não posso simplesmente fingir que não sou quem sou, percebi que o importante é chorar porque tenho vontade, é não sorrir porque não me apetece. E não me apetece chorar mas também não consigo sorrir. A verdade é que ando num estado de dormência que me faz parecer cada vez mais que a minha vida é uma viagem que já me parece tão longa e que falta tão pouco para acabar. Como serei eu?
Como alguém me disse , e eu não aceito, porque eu encontrei-me no dia em que começei a escrever o meu livro, encontrei-me nas minhas palavras e sei exactamente quem sou e onde pertenço. Não sou de ninguém e sou do mundo. Devo respeito a alguns e os outros que me respeitem. Quem me respeita é meu amigo, quem não nunca o será. Poucos me entendem, na verdade mesmo muito poucos sabem quem sou e porque vivo assim. Vivo assim porque não acredito no Inferno, vivo assim porque quando um dia morrer tudo acaba e comigo levo a terra que um dia me fez nascer.
Até morrer serei sempre assim: teimosa, persistente, convicta, sempre a sorrir mas com uma lágrima pronta a cair quando, por momentos, nesta vida eu deixar de acreditar que existe justiça.
A melhor justiça está nas nossas mãos e delas colhemos os frutos que plantamos e comeremos desses frutos e o seu sabor será no final aquilo que nos faz viver.
Por isso, para aqueles que me respeitam e me aceitam vai o melhor de mim, e par aqueles que não sabem ler nas entrelinhas e me julgam por aquilo que não sabem fica o aviso eu serei assim até morrer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tem calma. Tens 20 aninhos. Porque é que te atormentas tanto? Tens mais 60 anos para encontrar quem procuras, ou por ser encontrada por quem te procura. Estás a ver isso como um problema, quando não é. A felicidade não se resume em ter alguém que te preencha ao teu lado 'até que a morte vos separe', mas também em fazer os outros felizes. Já viste se, por exemplo, o maior problema de muitas crianças em África fosse esse?